“A periguete traz elementos da cultura brasileira”, diz especialista
Em entrevista ao R7, Robertha Portella e Ellen Rocche apresentam personagens
A famosa periguete vem se tornando uma figura constante nas novelas da atualidade. Seja para o bem ou para o mal, o público já se diverte em saber qual atriz vai encarar o desafio nos próximos folhetins. Algumas personagens marcaram a carreira de algumas atrizes. Em entrevista ao R7, Robertha Portella e Ellen Roche apresentam Dafne e Brunetty, enquanto um especialista em teledramaturgia explica a importância da personagem na TV
Em seu primeiro desafio na teledramaturgia, Robertha Portella vai dar vida à Dafne, personagem de Dona Xepa, da Record. A ex-participante do reality show A Fazenda explica que a loirinha só deseja ter fama: “Estas personagens acabaram encontrando um caminho pela exposição do corpo. Ela busca a fama pela fama, sem saber como vai chegar lá”
“Estas personagens acabam agradando todo mundo, pois vira uma sátira ao que existe nos dias de hoje, de pessoas buscando sucesso. Com a quantidade de tragédias que vemos no dia a dia, a gente se distrai com elas e acaba querendo ver o que ela vai aprontar da próxima vez. A gente começa a sofrer com elas”, diz Robertha, que torce pelo sucesso da personagem em Dona Xepa
Ellen Rocche também está interpretando uma mulher-fruta na TV. Sua personagem, Brunetty, mais conhecida como Mulher Mangaba, tem até um funk na novela o Solteirinha da Pompeia. Para ela, a personagem é “popular e atual”. Em entrevista ao R7, ela conta que as pessoas já começam a dar risada quando a encontram na rua
De acordo com o especialista em teledramaturgia e doutor pela USP (Universidade de São Paulo), Claudio Mayer, este tipo de personagem é um modelo, um padrão, conhecido por todos os autores de novela. Em Salve Jorge, novela da Globo, Bruna Marquezine mudou o status de atriz mirim para se transformar em um fenômeno de popularidade com sua periguete Lurdinha, que adorava um baile funk
Salve Jorge também tinha uma funkeira de verdade vivida por Roberta Rodrigues, a barraqueira Maria Vanúbia. O funk não é associado a estas personagens por acaso. “Essa periguete traz elementos da cultura brasileira, como a Suelen que estava no meio do futebol”, afirma Claudino
Falando em Suelen, Isis Valverde conquistou o telespectador com sua maria-chuteira desbocada em Avenida Brasil
Segundo o especialista, a periguete vai estar no centro de um conflito. Em Insensato Coração, a periguete Natalie Lamour, personagem de Deborah Secco, viveu um romance com um dos principais vilões da trama e estava envolvida em quase todas as armações do banqueiro Cortez. A loira acabou dando a volta por cima e virando deputada
Carol Macedo deu vida à personagem Sol do Recanto, em Fina Estampa. Na trama, a jovem queria subir na vida e ficar famosa cantando funk. De acordo com Claudino, a identificação do público e imediata: “É impossível não conhecer esse tipo de pessoa no cotidiano. O autor sabe que o público vai gostar. A personagem atrai diferentes públicos, independente da classe social”
O mesmo aconteceu com a Bebel, de Paraíso Tropical. Para Claudino Mayer, essas mudanças são muito comuns na teledramaturgia: “A construção dessa personagem, para o bem ou para o mal, é aberta. O público vai ajudar a decidir, assim como a atriz que imprime muita personalidade nela”
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