'Doaria meu coração', diz mãe que gerou filha para salvar a mais velha
Irmã mais nova nasceu para doar medula para a mais velha.Maria Vitória, 6, teve talassemia major, mas foi curada, diz mãe.Neste domingo (12), quando se comemora o Dia das Mães, a biomédica Jênyce Carla Reginato Cunha, moradora de Cerquilho (SP), tem um motivo duplo para comemorar: as filhas Maria Vitória, de 6 anos, e Maria Clara, que tem pouco mais de 1 ano. A mais nova foi gerada para ajudar a salvar a irmã, que sofre de uma doença rara: a talassemia major.A talassemia major é uma doença hereditária que fragiliza os glóbulos vermelhos, provocando anemia. Para a criança se manter viva e saudável, é preciso que ela receba transfusões de sangue a cada 20 dias. De acordo com a mãe, conceber Maria Clara era uma forma de buscar a cura de Maria Vitória, que necessitava de um transplante de medula óssea.Com a dificuldade em encontrar pessoas compatíveis, a família buscou a ajuda de um médico geneticista, Ciro Martinhago. Por meio de fertilização, o especialista realizou a seleção de embriões para que Maria Clara fosse gerada com 100% de compatibilidade genética com a irmã, para que, quando nascesse, o material genético do cordão umbilical fosse utilizado para o transplante de medula.A mãe diz que durante a seleção dos embriões, havia mais um desafio: a cada dez zigotos selecionados, oito possuíam o mesmo mal e tiveram de ser descartados. Apenas dois foram colocados no útero de Jênyce: um deles acabou se perdendo e o outro deu origem à caçula.Segundo a mãe, o procedimento foi um dos primeiros a serem realizados no país.Lembrando os momentos difíceis, Jênyce afirma que muitas pessoas duvidaram e questionaram se sua escolha para salvar a filha mais velha ia funcionar. Ela ressalta que nunca pensou em desistir durante esses seis anos. “Faria tudo novamente quantas vezes fosse necessário. Se fosse preciso, romperia mais barreiras e até doaria meu coração”, diz a mãe.Ainda segundo a mulher, outro desafio foi encontrar um médico especialista em procedimentos cirúrgicos como esse. Em entrevista ao G1 Itapetininga e Região, ela afirma que depois de estudar o procedimento, ela e o marido, Eduardo Matias da Cunha, encontraram o médico Vanderson Rocha, que fez o transplante de medula com as células do cordão umbilical.O transplante foi feito em março no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Maria Vitória já recebeu alta. Segundo a mãe, ela está completamente curada. “A Maria Clara nasceu e curou a irmã, mas eu não tive ela só para esse fim. Sempre quis ter uma família grande, quem sabe não tenho outra Maria mais para frente. O mais importante é que ninguém opte por ter mais um filho para fins de cura e sim por amor”, conta a mãe das meninas.A mãe ainda ressalta sobre as dificuldades e emoção em ver a filha curada. “Ninguém espera por dificuldades durante a vida, mas os obstáculos aparecem e temos que ser fortes. Eu enfrentei a doença da minha filha e a melhor sensação do mundo é vê-la curada. Amar um filho é o sentimento mais puro. Daria minha vida por qualquer uma delas”, afirma.Fonte:G1
Neste domingo (12), quando se comemora o Dia das Mães, a biomédica Jênyce Carla Reginato Cunha, moradora de Cerquilho (SP), tem um motivo duplo para comemorar: as filhas Maria Vitória, de 6 anos, e Maria Clara, que tem pouco mais de 1 ano. A mais nova foi gerada para ajudar a salvar a irmã, que sofre de uma doença rara: a talassemia major.
A talassemia major é uma doença hereditária que fragiliza os glóbulos vermelhos, provocando anemia. Para a criança se manter viva e saudável, é preciso que ela receba transfusões de sangue a cada 20 dias. De acordo com a mãe, conceber Maria Clara era uma forma de buscar a cura de Maria Vitória, que necessitava de um transplante de medula óssea.
Com a dificuldade em encontrar pessoas compatíveis, a família buscou a ajuda de um médico geneticista, Ciro Martinhago. Por meio de fertilização, o especialista realizou a seleção de embriões para que Maria Clara fosse gerada com 100% de compatibilidade genética com a irmã, para que, quando nascesse, o material genético do cordão umbilical fosse utilizado para o transplante de medula.
A mãe diz que durante a seleção dos embriões, havia mais um desafio: a cada dez zigotos selecionados, oito possuíam o mesmo mal e tiveram de ser descartados. Apenas dois foram colocados no útero de Jênyce: um deles acabou se perdendo e o outro deu origem à caçula.
Segundo a mãe, o procedimento foi um dos primeiros a serem realizados no país.
Lembrando os momentos difíceis, Jênyce afirma que muitas pessoas duvidaram e questionaram se sua escolha para salvar a filha mais velha ia funcionar. Ela ressalta que nunca pensou em desistir durante esses seis anos. “Faria tudo novamente quantas vezes fosse necessário. Se fosse preciso, romperia mais barreiras e até doaria meu coração”, diz a mãe.
Ainda segundo a mulher, outro desafio foi encontrar um médico especialista em procedimentos cirúrgicos como esse. Em entrevista ao G1 Itapetininga e Região, ela afirma que depois de estudar o procedimento, ela e o marido, Eduardo Matias da Cunha, encontraram o médico Vanderson Rocha, que fez o transplante de medula com as células do cordão umbilical.
O transplante foi feito em março no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Maria Vitória já recebeu alta. Segundo a mãe, ela está completamente curada. “A Maria Clara nasceu e curou a irmã, mas eu não tive ela só para esse fim. Sempre quis ter uma família grande, quem sabe não tenho outra Maria mais para frente. O mais importante é que ninguém opte por ter mais um filho para fins de cura e sim por amor”, conta a mãe das meninas.
A mãe ainda ressalta sobre as dificuldades e emoção em ver a filha curada. “Ninguém espera por dificuldades durante a vida, mas os obstáculos aparecem e temos que ser fortes. Eu enfrentei a doença da minha filha e a melhor sensação do mundo é vê-la curada. Amar um filho é o sentimento mais puro. Daria minha vida por qualquer uma delas”, afirma.
Fonte:G1
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